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Dr. Deodato Wertheimer ~ Paulo Augusto

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dr. Deodato Wertheimer


Foi em 2 de julho de 1889, na capital paulista, que a Dona Augusta de Paula Petit deu a luz ao menino que viria ser uma das personalidades mais representativas de Mogi das Cruzes. Deodato Petit Wertheimer foi o nome com que seu pai Augusto Wertheimer resolveu batizá-lo.

Seus primeiros anos de vida foram vividos em São Paulo, mas logo foi transferido para Friburgo, cidade do Estado do Rio de Janeiro, onde, com 11 anos de idade, iniciou seu curso secundário no Colégio Anchieta, dos Jesuítas.

Em 1907, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durante o período do seu curso, foi interno do Hospital da Marinha e da Santa Casa de Misericórdia daquela cidade, adquirindo vasta experiência. Em 1912, diplomou-se e retornou para São Paulo para trabalhar como assistente de médico na Maternidade São Paulo, e depois, no Instituto Paulista.

Naquela época, por indicação do Instituto, percorria várias cidades do interior atendendo aos chamados profissionais. Em Mogi das Cruzes, conquistou várias amizades. Entre as quais, estava Leonor de Souza Franco, a “Nono”, filha do Coronel Souza Franco, grande líder político da época, com a qual veio a se casar em maio de 1914, radicando-se às tradições dessa terra. Junto dos mogianos, desenvolveu larga atividade profissional, prestando serviços à Santa Casa de Misericórdia como cirurgião e como Diretor Clínico, por um período de14 anos.

Espírito de grande atividade, temperamento dinâmico e de grande bondade, fez com que cada mogiano o admirasse, não demorando para assumir cargos eletivos.

Sua carreira política teve início em 1915, quando foi fundado o Centro Político e Republicano de Mogi das Cruzes. Foi eleito seu primeiro Presidente.

Mesmo em pleno desenvolvimento de sua carreira política, Dr. Deodato nunca deixou de realizar grandes benfeitorias na área da medicina. Em 2 de julho de 1917, data de seu aniversário, fundou a Maternidade Dr. Deodato, a primeira maternidade mogiana e, uma vila, na qual prestava auxílio as crianças órfãs da cidade.

Durante a epidemia de gripe espanhola, em 1918, que ceifou muitas vidas de mogianos, sempre disposto, liderou as campanhas em combate à doença. Quando foi implantado pela Câmara Municipal o “Hospital dos Gripados”, grandes foram seus serviços à frente do hospital e abnegada foi a sua dedicação. Fato que lhe rendeu duplamente o reconhecimento do povo mogiano, que o levou ao cargo de vereador como o candidato mais votado nas eleições de 1919. Cargo que permaneceria por quase 20 anos.

Logo um ano após, em 1920, época em que a Câmara Municipal elegia seus administradores municipais, foi eleito para o cargo de Prefeito, dando inicio a uma nova fase da sua vida política.

Em 1922, popular, influente e de estreitos relacionamentos com grandes autoridades, Dr. Deodato foi às ruas junto com seus correligionários para comemorar quando foi noticiado pelo Partido Republicano o lançamento de sua candidatura à Deputado Estadual. Os 1175 votos dos mogianos somados aos outros 6443 recebidos, foram suficientes para elegê-lo como um dos candidatos mais votados do Partido.

Com todas estas atividades políticas, nos poucos momentos de intervalo, se esquecia do descanso a que tinha direito, e passava, como membro da Comissão de Higiene Pública, a redigir artigos para o Jornal Correio Paulistano e Jornal do Comércio, defendendo idéias e sugerindo soluções.

Já, durante as suas legislaturas na Assembléia Legislativa, realizou várias benfeitorias para toda a região, como: construções de estradas de rodagem, entre elas, trechos da antiga São Paulo-Rio de Janeiro; melhorias nos serviços oferecidos pela Estrada de Ferro Central do Brasil; elevação da Delegacia de Mogi das Cruzes para 3ª categoria; a instalação da antiga Light and Power & Co., para fornecimento de energia; a construção do reservatório de água, obras de saneamentos; construções hospitalares e várias outras importantes obras.

Para o povo e para o seu Partido, já era dada como certa a vaga para ocupar uma das cadeiras no Congresso Nacional, mas o destino assim não quis. A eclosão da revolução de 1930 interrompeu e prejudicou sua ascendente carreira política.

Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, já distanciado da política, liderou com o Dr. Milton Cruz, várias campanhas de auxílio aos combatentes. Foi uma das últimas participações no cenário mogiano. Em 15 de agosto de 1935, aos 46 anos de idade, ele faleceu em São Paulo. O seu enterro em Mogi das Cruzes, onde todos se movimentaram na espontaneidade de uma manifestação comovedora, foi a atestação do seu merecimento, cuja benemerência de sua vida não se apagarão da nossa memória histórica.

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