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Dilma na frente ~ Paulo Augusto

sábado, 26 de junho de 2010

Dilma na frente

Ao apontar uma vantagem de cinco pontos de Dilma Rousseff numa pesquisa de intenção de voto, o mais novo levantamento do Ibope coloca a discussão sobre a sucessão presidencial em bases realistas.

A vantagem de 40% contra 35% confirma que Dilma se encontra em ascensão e sugere que a campanha de José Serra parou de subir e até pode ter começado a cair, o que terá de ser visto com mais clareza nos próximos levantamentos.

Os pesquisadores do Ibope ouviram eleitores que não só puderam assistir — se houve interesse — à propaganda eleitoral do PSDB, na semana passada, mas também passaram a ouvir e ver, no rádio e na TV, aqueles anúncios de 30 segundos que integram a propaganda tucana.

A propaganda era a principal esperança do PSDB para quebrar a subida que Dilma exibia nos últimos levantamentos e retomar a liderança que José Serra exibia poucos meses atrás. Não adiantou.

São números importantes porque tem diversas consequencias políticas. As articulações e alianças de qualquer candidato ficam muito mais fáceis quando ele exibe chances reais de vitória — e emagrecem quando perde fôlego. No estágio atual da campanha, Dilma e Serra disputavam o apoio de legendas oportunistas, aquelas que calculam com frieza qual o concorrente com maior chance de vitória para aderir em troca de cargos num futuro governo.

É claro que depois deste Ibope, cresceram as chances de uma opção a favor de Dilma e diminuiu o poder de atração de José Serra.

Não custa lembrar que este levantamento não encerra uma eleição que sequer entrou em sua fase decisiva, aquela que tem início com o horário político na TV. O Ibope mostra um grande número de eleitores indecisos e ninguém pode acreditar que até o dia da corrida às urnas a campanha não poderá produzir fatos novos, capazes de mudar os humores do eleitorado.

Mas eu acho que a pesquisa do Ibope traduz uma situação que este blogue aponta desde o início: assistimos à uma eleição de continuidade, na qual a população aprova o presidente da República, está satisfeita com o que acontece em sua vida e acha que ela pode ficar ainda melhor no futuro.

A mídia pode achar isso um absurdo, os analistas podem dizer que não há motivo para tanta satisfação mas é assim que a maioria do eleitorado vê a coisa — aparentemente, pelo menos.

Este é o cenário ideal para uma candidatura do governo disputar a eleição — e um cenário complicadíssmo para a oposição tentar ganhar o pleito. Precisa virar o jogo, o que só se consegue com sorte, muita competência — e erros clamorosos no campo adversário.

A vantagem de Dilma está longe de ser uma conquista definitiva de sua candidatura. Há muita campanha pela frente, ainda. Mas os 40 a 35 mostram o tamanho das dificuldades que José Serra terá de vencer para chegar ao Planalto.

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